sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Saiba como aumentar as chances de sucesso no mercado de design





Texto de Fábio Mestriner


As empresas de design costumam ser criadas por
designers decididos a ter seu próprio negócio. Neste
sentido tais empresas não são muito diferentes de
outras criadas por pessoas empreendedoras que
decidiram ser donas do próprio nariz.


O que difere realmente as empresas de
design é que, na maioria das vezes seus criadores
são desenhistas que não percebem que ao abrir sua
própria empresa, transformaram-se automaticamente em
empresários e precisam, portanto, agir como tal e
adotar os princípios básicos da gestão empresarial.


Os designers abrem seus escritórios movidos pelo
entusiasmo característico dos jovens, forçados pelas
circunstâncias, pela vontade de dirigir seu destino
e seu trabalho sem ter que obter aprovação para
fazer aquilo em que acredita. Por acreditar no seu
taco e ter muita vontade de fazer sucesso, devido ao
desgaste gerado por uma posição subalterna que eles
não suportam mais e assim por diante…


Seja qual for o motivo, na grande maioria das
vezes, uma empresa de design não é aberta para ser
uma entidade empresarial com o motivo claro e
explícito de ganhar dinheiro e gerar lucros. Existem
estatísticas confiáveis que demonstram que cerca de
80% das empresas que são abertas, fecham suas portas
em até cinco anos, sendo que a maioria fecha nos
dois primeiros anos.


Essa estatística se aplica também aos
escritórios e empresas de design, pois, ao contrário
do que muitos imaginam, uma empresa de design está
sujeita às mesmas regras que as demais empresas do
mercado. Não importa a que tipo de negócio a empresa
se dedique. As leis da administração de empresas se
aplicam a ela e precisam ser cumpridas sob pena do
negócio não se sustentar.


Quando criei minha empresa de design eu era
apenas um designer que decidiu seguir seu caminho e
abrir o próprio negócio. Eu não sabia nada de
administração nem sabia que deveria entender.
Felizmente um amigo que era professor de Gestão
Empresarial em uma importante universidade, para
quem desenhei um logotipo, me deu como pagamento uma
consultoria de gestão empresarial que foi de valor
inestimável naquele momento.


Nesta consultoria, ele me fez elaborar um “Plano
de Negócios” em que eu deveria descrever qual era o
objetivo da empresa e quais ações eu pretendia
desenvolver para alcançá-lo. Ao elaborar este
documento, percebi de forma clara qual o rumo a ser
seguido e o que deveria ser feito.


Isso foi decisivo para o sucesso que a empresa
veio a alcançar anos depois, pois ter uma visão
clara sobre os objetivos da empresas e das ações
necessárias para atingi-los é fundamental para o
sucesso de qualquer empreendimento. A esse respeito
o filósofo Sêneca ensinou que “A quem não sabe a que
porto se dirige, nenhum vento é favorável”


Quem quiser abrir uma empresa precisa ter pelo
menos uma noção básica de administração de empresas
e gestão empresarial. Ela pode ser obtida nos
livros, em cursos nas escolas, mesmo os de curta
duração ou, como foi o meu caso, com a ajuda de quem
conhece este assunto.


Além disso, o designer precisa ter aquilo que
realmente faz diferença: a capacidade e a vontade de
ser empreendedor, de tornar-se um empresário. O
empreendedorismo tem recebido grande atenção por
parte dos governos, empresas e entidades e tem
inúmeros cursos, livros, sites e publicações que
tratam deste tema.


Um curso criado pela ONU, Empretec, para formar
empreendedores pelo mundo a fora, é oferecido no
Brasil pelo Sebrae e pode ser cursado por qualquer
pessoa interessada em se tornar empreendedora ou que
já esteja tocando seu negócio.


Pessoas com quem conversei que já fizeram este
curso são unânimes em afirmar que lhes foi muito
útil. Creio que muitos designers seriam beneficiados
por cursos desse tipo e deveriam procurá-los para
aumentar as chances de sobrevivência de seus
negócios.


A natureza do negócio do design, que foi definida
pelo dono de uma agência como: “Um negócio que não
tem sossego nem tem fim” faz com que os designers se
engalfinhem no trabalho e na entrega dos serviços e
muitas vezes se esqueçam da gestão de longo prazo da
empresa que estão tocando. Neste negócio, é preciso
manter um fluxo constante de projetos para sustentar
o estúdio o que exige um trabalho de prospecção
permanente.


Sabemos que marketing e vendas são
atividades especializadas que têm regras e métodos e
necessitam de conhecimento técnico a tal ponto que
se transformaram em disciplinas acadêmicas ensinadas
nas escolas de administração e negócios.


Para conduzir uma empresa de design, mantendo um
fluxo constante de projetos, conquistando e mantendo
clientes e atendendo com qualidade, os gestores do
negócio precisam se preparar adequadamente. Um
conhecimento básico de administração e de marketing
é obrigatório para o sucesso de qualquer negócio.


Outro ponto importante que gera muitas Dúvidas é
a questão comercial. Como cobrar pelo trabalho,
quanto vale o design? E os bancos, a gestão
financeira, e a cobrança, como tratar desses
assuntos com segurança? Não dá para cuidar de tudo
isso de qualquer jeito, não é?


Para sua segurança a empresa precisa ter reservas
financeiras para garantir os pagamentos das contas
nos meses ruins que certamente ocorrerão e, para
isso, ela precisa guardar um pouquinho nos meses
bons, pois em muitas das empresas que acabam
fechando, a causa do fracasso é o estilo de vida de
seus proprietários que vivem acima de suas posses e
acabam entrando nas reservas da empresa.


Os recursos que a empresa dispõe para
atender seus clientes são humanos e materiais. A
liderança, a formação e a condução de uma boa equipe
fazem muita diferença no caso de empresas que estão
no negócio da prestação de serviços especializados.
As instalações e os equipamentos são importantes,
mas complementares. No caso do design, o fundamental
mesmo é o fator humano, a qualidade dos designers, o
atendimento e a produção.


Tudo isso compõe um quadro complexo que exige
gestão intensiva e qualificada. Não dá para fazer
tudo no improviso e na criatividade como muitos
acreditam ser Possível.


O Objetivo deste artigo, não é desanimar ninguém,
nem despertar medo nos que estão pensando em abrir o
próprio negócio de design, mas apenas chamar a
atenção para aspectos fundamentais que muitas vezes
passam despercebidos no entusiasmo e acabam tendo
consequências nefastas no futuro.


Fábio Mestriner é especialista
em inovação e inteligência de embalagem; professor
coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem ESPM;
coordenador do Comitê de Estudos Estratégicos da
ABRE e autor dos livros: Design de Embalagem Curso
Avançado e Gestão Estratégica de Embalagem


Fonte:




http://www.bdxpert.com/2011/01/29/conheca-a-coluna-de-mestriner-sobre-design-business/


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